Ministra destaca a urgência da universalização do saneamento e recebe carta da ABES com compromissos ambientais
Na manhã desta segunda-feira (26), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, realizou a palestra magna de abertura do 33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA) e da Feira Internacional de Tecnologias de Saneamento Ambiental (FITABES), promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES), em Brasília. Ao final da cerimônia, a ministra recebeu uma carta elaborada pela Diretoria Nacional da ABES, entregue pelo presidente nacional da ABES, Marcel Sanches, representando o compromisso do setor com a preservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento sustentável.
Em sua fala, Marina Silva destacou a relevância do Congresso da ABES como espaço de atualização, inovação e fortalecimento do compromisso com uma das agendas mais estratégicas do país. “É gratificante observar que, a cada dois anos, este Congresso ocorre, permitindo que o setor metabolize os avanços, retorne com atualizações e renove o compromisso com o saneamento, que é uma das pautas mais importantes para o nosso país”, afirmou a ministra, ressaltando o caráter técnico e político do evento, que classificou como “um dos mais importantes da América Latina”.
Marina também fez um chamado para que as políticas públicas de saneamento avancem com base em dados e evidências, integrando saberes técnicos e os conhecimentos narrativos das comunidades locais. “Nosso país é diverso e desafiador, e as soluções precisam ser customizadas. A eficiência e a capacidade de resposta aumentam, e conseguimos até reduzir custos quando respeitamos as dinâmicas das comunidades”, pontuou.
Ao tratar dos impactos da falta de saneamento básico, a ministra lembrou de sua própria trajetória: “Como professora e como alguém que morou em bairro periférico no Acre, pude constatar como essa realidade afeta profundamente os processos de ensino e aprendizagem das nossas crianças”.
Marina Silva alertou para a gravidade da crise climática, que classificou como uma emergência. “Só em função de ondas de calor, perdemos cerca de 500 mil vidas por ano, muitas delas crianças e idosos. Essas perdas, muitas vezes, não são corretamente identificadas, pois se manifestam em diagnósticos imediatos como desidratação ou problemas respiratórios, mas estão diretamente ligadas à ausência de saneamento e às mudanças climáticas”, afirmou.
A ministra defendeu que a universalização do saneamento até 2033, meta estabelecida pela legislação brasileira, é essencial, mas reconheceu os desafios estruturais e financeiros. “Cumprir essa meta envolve dezenas de bilhões de reais. Estamos caminhando, mas o ritmo ainda não atende à urgência do tema. Precisamos transformar esse desafio em um compromisso de adiantar essa empreitada”, disse, destacando a necessidade de visão prospectiva e inovação para que as leis saiam do papel e se transformem em benefícios econômicos, sociais e ambientais.
Marina Silva também propôs a criação de um novo marco regulatório para o enfrentamento da emergência climática, incluindo um Conselho Nacional de Segurança Climática, um Comitê Técnico-Científico Nacional e uma autoridade para riscos climáticos, ressaltando que “não é mágica, é ação”.
Na conclusão de sua palestra, a ministra reforçou que o saneamento é central para a agenda climática e para o desenvolvimento sustentável: “Não haverá transformação ecológica se as pessoas não tiverem acesso a água tratada, saneamento básico ou deposição adequada de resíduos sólidos. Precisamos garantir infraestrutura que assegure qualidade de vida, sobretudo para os mais vulneráveis”.
O presidente nacional da ABES, Marcel Costa Sanches, que mediou a palestra, ressaltou a importância simbólica e política da presença da ministra. “A trajetória de Marina Silva é marcada pelo compromisso com a proteção dos recursos naturais e a promoção da justiça social, inspirando a todos que atuam pela sustentabilidade. Sua presença no Congresso é um sinal claro da integração entre as pautas do saneamento, da gestão de recursos hídricos e das mudanças climáticas”, afirmou.
Considerado o maior evento do setor na América Latina, o Congresso acontece até o dia 28 de maio, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, reunindo especialistas, gestores públicos, empresas e representantes da sociedade civil para debater os desafios do saneamento e da sustentabilidade no Brasil. O Congresso segue com uma ampla programação, incluindo o Espaço COP, iniciativa inédita que conecta soluções de saneamento às metas climáticas, reforçando o papel estratégico do setor na transição ecológica e na promoção da justiça ambiental.
SERVIÇO:
33º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental (CBESA) e FITABES
Data: 25 a 28 de maio de 2025
Local: Centro de Convenções Ulysses Guimarães – Brasília, DF
Mais informações: congressoabes.com.br
Sobre a ABES
Fundada em 1966, a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental é uma das mais tradicionais e influentes entidades do setor de saneamento e meio ambiente no Brasil. Com atuação nacional, a ABES promove conhecimento, articulação institucional e capacitação técnica com o objetivo de contribuir para a universalização do saneamento e o desenvolvimento sustentável do país.
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